Por onde passa, instaura começos ensaios, de alegria e espanto, como as velhas divindades (na mão, uma cicatriz) No centro móvel da cena, Ela percorre desvios Estaca a fala, suspende o rito Voa o cenário, inaugura o sentido No gesto em que tudo já era no ato em que tudo é princípio seu despudor é risonho quase ofensivo à cata da relação precisa Porque sabe o que interessa, seu papel tipo, quiçá um estilo, parece antigo, inapreensível, vibra cordas da razão Poderia ser dito, de modo mais materialista: “É melancólica essa beleza Que sabe seu agora” no olho do vivo Seu tempo de teatro é exato como seu corpo: prático, límpido, nítido, último.
Categorias
A atriz H
