Sou Maria Ilieva
das ameixas escaldadas,
do xarope fermentado,
na Bulgária dos novos dias.
Pode provar meu senhor,
Meu conhaque seca feridas,
Aprendi subindo nos galhos
enquanto caía o regime
da pátria socialista.
Se queima mesmo a língua?
Aí está o bom da coisa,
seja espontâneo, querido
numa goela intacta
alguma coisa está errada.
Olhe para mim
meu grande turista
enquanto os porcos giram torrados
na feira das velhas insígnias.
Sou Maria Ilieva
Aprendiz dos novos dias.
Quentes tragos, grandes cílios,
estudei os gestos das trocas
e já engulo a grande garrafa
do conhaque capitalismo.
Seja espontâneo, senhor,
eu não cuspo, tenho brios,
aí está o bom da coisa,
numa goela intacta
alguma coisa está errada.
Sou Maria Ilieva
da mucosa calcinada
na Bulgária das mil alegrias.